quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Para Diogo Nogueira quem separa o samba do pagode é a mídia

Em entrevista coletiva após o show no Festival de Inverno Bahia, que aconteceu em Vitória da Conquista no sudoeste baiano na noite deste sábado (21), o carioca afirmou que não vê diferença entre as diferentes formas de se fazer samba. “Quem separa o samba do pagode é a própria mídia”, sentenciou. “O importante é fazer com que o público saia com o sorriso no rosto”, completou.
Diogo Nogueira já se prepara para o lançamento do seu segundo DVD e de sua primeira turnê mundial que acontecerão no mês de outubro. O sambista mostrará seu trabalho em Portugal, Itália, França, Inglaterra, Japão e EUA.

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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Candeia: há 75 anos nascia um mestre

Por Julio Cesar de Barros - 17/08/2010

Antonio Candeia Filho nasceu no dia 17 de agosto de 1935 e morreu no dia 16 de novembro de 1978 na cidade do Rio de Janeiro. Filho de um tipógrafo que tocava flauta, o menino Candeia cresceu no meio de músicos, nas festas que seu pai promovia ao som do choro e do samba. Jovem dinâmico, Candeia tocava violão e cavaquinho, jogava capoeira e frequentava terreiros de candomblé. Vítima de uma fatalidade, foi parar numa cadeira de rodas, seguiu em frente e se tornou mentor e mito entre os sambistas. Compôs em 1953, aos 17 anos, seu primeiro samba-enredo, Seis Datas Magnas, com Altair Marinho, o Prego, levando a Portela ao título com notas dez em todos os quesitos. Foi a primeira de seis vitórias no concurso interno de samba-enredo da escola. Compôs também Festas Juninas em Fevereiro (com o irmão Valdir 59), de 1955, classificando a escola em terceiro lugar no desfile. Em 1957, o samba-enredo Legados de D. João VI (também com o irmão), levou a escola a novo título.

Voltou a vencer em 1959 com Brasil, Panteão de Glórias (com Casquinha, Bubu, Valdir 59 e Picolino) e a Portela obteve mais um título no carnaval carioca. No ano do IV Centenário do Rio de Janeiro, o samba Histórias e Tradições do Rio Quatrocentão deu à agremiação de Osvaldo Cruz a terceiro colocação. Seus sambas-enredo, no entanto, não fizeram o mesmo sucesso que seus partidos-altos, cujos refrões são cantados até hoje nos terreiros de samba de norte a sul do país. É o caso de Filosofia do Samba, gravado por Paulinho da Viola:

Vem sambar Iaiá
Vem sambar ioiô
Iaiá, Ioiô

Essas letras animam as rodas em que os cantores improvisam versos, que intercalam com o refrão. Candeia era também um mestre improvisador. Alguns de seus versos improvisados se tornaram tão famosos que foram gravados junto com refrões de terceiros, como se fizessem parte da música original. Seus dotes de partideiro foram imortalizados em três álbuns denominados Partido em 5, lançados entre 1975 e 1977, com a participação de outros quatro sambistas. No início dos anos 60, Candeia dirigiu o conjunto Mensageiros do Samba e participou do movimento de revitalização do samba promovido pelo Centro Popular de Cultura, CPC. Mas o que poderia dar em militância política gorou em 1961, quando ele entrou para a polícia. Foi um policial truculento, que acabou se afastando do convívio dos antigos companheiros. Várias vezes interrompeu rodas de samba por perturbação da ordem pública, estranhando os amigos e sua origem. Contam que certa vez chegou a prender o próprio irmão, Valdir. Certo dia enquadrou o ainda desconhecido Paulinho da Viola, que jogava sinuca num bar. Numa discussão de trânsito, em 1965, desceu do carro e descarregou o revólver contra o motorista de um caminhão, que revidou, acertando-lhe um tiro na coluna vertebral. Candeia ficou paraplégico. A tragédia transformou sua vida. Ou o devolveu às suas origens. Na letra de seus sambas se podem notar os reflexos de seu sofrimento:

Se eu tiver que chorar
Choro cantando
Pra ninguém me ver sofrendo
E dizer que estou pagando

E foi cantando que ele chorou. Mas Candeia ergueu a cabeça e firmou-se como líder entre os grandes sambistas cariocas. Passou a reunir a fina flor do samba em sua casa para memoráveis pagodes de fundo de quintal. O compositor e partideiro estava em plena forma e encantava a todos com bons sambas de melodia rica. Tirá-lo de casa, no entanto, foi tarefa difícil. Em cadeira de rodas, temia que sentissem pena dele. Até que um dia os amigos conseguiram fazê-lo se reencontrar com o público. Foi numa noite, no Teatro Opinião. A casa cheia de amigos e convidados, ele entrou em sua cadeira de rodas e foi cantando um samba novo, De Qualquer Maneira, ao som de um violão:

Sentando em trono de rei
Ou aqui nesta cadeira
Eu já disse, já falei
Que eu canto de qualquer maneira
Quem é bamba não bambeia
Digo com convicção
Enquanto houver sangue nas veias
Empunharei meu violão
De qualquer maneira meu amor eu canto
De qualquer maneira, meu encanto
Eu vou cantar

Poucos conseguiram conter as lágrimas. A peça É sangue na veia, é Candeia, de Eduardo Rieche, vencedora do concurso nacional de dramaturgia promovido pelo CCBB, em 2007, mostrou a cena. Candeia lutou contra a melancolia até o fim da vida, mas ela não o abandonou. Nos versos de Preciso Me Encontrar (gravado por Cartola e mais recentemente por Marisa Monte), a sombra da tragédia pessoal:

Deixe-me ir, preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir pra não chorar
Quero assistir o sol nascer
Ver as águas do rio correr
Ouvir os pássaros a cantar
Eu quero nascer, quero viver
Deixe-me ir, preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir pra não chorar

Em 1970 lançou seu primeiro LP, Autêntico, Samba, Original, Melodia, Portela, Brasil, Poesia, Candeia e, em 1971, um segundo disco, Seguinte…Raiz Candeia, no qual se destaca Quarto Escuro, de tom romântico e melancólico:

Não acende a luz dentro do quarto
Volto para os teus braços aceso de amor
Deixei lá fora os meus fracassos
Meus lábios contaram-me os segredos
Verdade do amor sem medo

A melancolia e o tom soturno dos sambas líricos de Candeia reaparecem naquele que é apontado como seu melhor disco, Axé, de 1978. Na faixa Pintura Sem Arte, ele chora:

Me sinto igual a uma folha caída
Sou o adeus de quem parte
Para quem a vida é pintura sem arte

Outra faixa desse disco, Amor Não é Brinquedo, pinta com cores fortes velhas cicatrizes:

(…) Se estás procurando distração
O romance terminou mais cedo
Peço por favor
Pra não brincar com meu segredo
Verdadeiro amor não é brinquedo (…)

Aos jovens que o procuravam para mostrar seus sambas, sempre dava conselhos: “Estude, sem estudo você nunca será nada na vida”. Respeitado no morro e no asfalto, Candeia foi um militante negro avesso ao preconceito de mão invertida. Jamais fez distinção entre negros e brancos, que ele sabia estarem igualados na luta pela vida. Aos cultores de africanismos e americanismos ele contrapunha estes versos:

Eu não sou africano
Nem norte-americano
Ao som da cuíca e pandeiro
Sou mais o samba brasileiro

Sem radicalismos, cantou as desigualdades sociais, exaltou o samba e a cultura negra, cultuou os orixás. Mesmo não chamando para si uma missão, virou um mito, líder de uma resistência que se confundia com a oposição à ditadura militar. Mas sua preocupação maior era cultural. Convencido de que a escola de samba era uma “árvore que perdeu a raiz”, deixou a Portela, que julgava descaracterizada, e com um punhado de companheiros fundou, em dezembro de 1975, o Grêmio Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo, sob a bandeira do “samba autêntico”. Candeia chegou a escrever um livro com suas críticas à forma como as escolas se apresentavam àquela altura e, de modo saudosista, indicando como saída a retomada de tradições antigas, que os sambistas por motivos os mais variados haviam abandonado. Trata-se de Escola de Samba – Árvore que Esqueceu a Raiz, Antônio Candeia Filho e Isnard Araújo, Editora Lidador, 1978. A saga da criação da Quilombo foi mostrada no documentário Eu sou o povo (2008), de Bruno Bacellar, Luiz Fernando Couto e Regina Rocha.

Doce ilusão. Candeia morreu e com ele a escola, que desfilando fora das passarelas oficiais saiu pela última vez em 2003. Um núcleo remanescente ainda realizou até recentemente rodas de samba na sede, na Fazenda Botafogo, em Coelho Neto, bairro da Zona Norte carioca, e movimentou um vagão no Trem do Samba, que todo ano, por ocasião do Dia Nacional do Samba (2 de dezembro), sai da estação da Central até Osvaldo Cruz carregado de sambistas. A face dura e militante e as emboscadas do destino não conseguiram esconder o homem afável, justo e de grande sensibilidade no qual Candeia se transformou. Mais conhecido por seus sambas de partido alto, Candeia deixou uma vasta coleção de sambas líricos, menos conhecidos. Em sua curta existência de 43 anos, ele amou e soube como poucos cantar esse sentimento.

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domingo, 15 de agosto de 2010

Martinho da Vila reúne as filhas para roda de samba

O cantor e compositor reúne as quatro filhas mulheres para fazer uma participação em um dueto com ele no seu novo CD. Ele diz que a música bota tudo no lugar e dá seus conselhos de pai musicalmente. 
    
VEJA O VÍDEO:





















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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Promoção Ondas do Samba - Leandro Lehart

MANDE SUA MENSAGEM DIZENDO QUAL O NOME DO NOVO TRABALHO DO CANTOR ATRAVÉS DO MURAL DE RECADOS DO BLOG, NO ORKUT E NO TWITER. CONCORRA A KIT's COM CD's E DVD's AUTOGRAFÁDOS DO CANTOR - SORTEIO DIA 01.09.2010



Exaltasamba visita o Parque São Jorge e fala sobre o Timão

Agência Corinthians

A paixão pelo Timão está também na música. O Corinthians.com.br convidou os corinthianos do grupo Exaltasamba para uma matéria no Parque São Jorge. Thiaguinho, Péricles e Brilhantina assistiram ao treino e ainda se encontraram com alguns jogadores, que já eram seus amigos.


Confira a entrevista feita com os três ilustres loucos do bando:

Por que você escolheu o Corinthians?
Brilhantina: Meu pai gostava do Santos, mas quando eu era garoto, me empolgava vendo a torcida do Corinthians. Eu ligava a televisão e via que a torcida e o time do Corinthians eram diferentes, tinham algo a mais. Nessa época eu tinha 15 ou 16 anos, aí eu comecei a gostar.

Péricles: Não sei explicar. Eu nasci corinthiano. Sou corinthiano antes de ser brasileiro. Minha família toda torce para o Corinthians. E meu amor cresceu na época do jejum. Sou da geração que cresceu amando o Corinthians independente de título. Se eu não fosse corinthiano, seria o cara mais triste do mundo.

Thiaguinho: Principalmente por causa do meu pai. É de família, meu avô era corinthiano, meus tios, minha família toda por parte de pai. Aí eu segui a tradição pela identificação com a família. Acho que o Corinthians é isso, não tem muita explicação, você já nasce corinthiano.

Quais são os seus maiores ídolos da história do Corinthians?
Brilhantina: Eu pirava vendo o Zenon jogar. Tem o Sócrates, o Marcelinho, que é o maior ídolo do Corinthians de todos os tempos, Casagrande, Wladmir. E mais recentemente eu gostava daquele time que tinha Vampeta, Marcelinho, Ricardinho, Dida, Batata, Gamarra, mas no Mundial era Adilson Batista e Fábio Luciano. Mas se for pra falar só de um, de todos que eu vi jogando, foi o Marcelinho Carioca. Não tem jeito, só faltava fazer chover.

Péricles: O Neto é um deles. Vaguinho, Palhinha, Zé Maria, Geraldão, Biro-Biro, Ataliba e Wladmir são grandes ídolos. Tupãzinho também, era nosso talismã. E hoje o Ronaldo é o maior deles.

Thiaguinho: O Marcelinho é um grande ídolo, marcou muito a minha infância. Acho que os maiores ídolos são feitos quando a gente é criança, que é quando a gente aprende a gostar, defender seu time na escola e na rua. O Neto e o Viola também foram grandes ídolos pra mim.

Qual jogo do Timão mais te marcou?
Brilhantina: Eu lembro de um jogo que eu fiquei louco, quando ainda era garoto: o Corinthians ganhou de 10 a 1 do Tiradentes, esse é um jogo que eu não esqueço. Eu também quase morri na final do Mundial. Que teve também o jogo contra o Real Madrid, que o Edilson deu uma caneta no Karembeu, aquilo eu nunca vou esquecer, foi mágico.

Péricles: Eu acompanhei boa parte da campanha das Copas do Brasil de 2008. A semi-final contra o Botafogo no Morumbi foi um jogão, me marcou muito. E no ano passado eu fui junto com o meu filho ver Corinthians 2 x 1 Santos no Pacaembu, um belo jogo, lembro que o Chicão fez um gol de falta. Esse me marcou muito porque foi o primeiro jogo que levei meu filho no estádio.

Thiaguinho: O que mais marcou minha vida foi a semi-final do Campeonato Paulista de 2001 contra o Santos. O Ricardinho fez o gol aos 48 do segundo tempo e classificou a gente para a final com o Botafogo. Eu lembro como se fosse hoje. Eu estava em outra cidade e fui correndo para Prudente, onde eu morava. Eu assisti o primeiro tempo de bar em bar, um pedacinho em cada, até conseguir chegar em casa. Foi o que mais me marcou.

De qual gol do Corinthians você mais lembra?
Brilhantina: Eu lembro muito de um gol daquele Corinthians 10 x 1 Tiradentes. O Ataliba cruzou a bola e acho que o Wladmir fez um gol de bicicleta lá da meia-lua da grande área. Foi coisa de cinema, a bola entrou no ângulo.
Péricles: O gol do Marcelinho no jogo contra o Santos, pela genialidade. Não consigo lembrar de um gol tão bonito quanto aquele. Teve também o último gol contra o Cianorte naquela Copa do Brasil, do Gustavo Nery, foi um gol do sofrimento, bem corinthiano.

Thiaguinho: Teve um gol de falta do Marcelinho contra o Palmeiras, na final do Paulista de 1995. A final do Campeonato Brasileiro de 1998, contra o Cruzeiro, eu assisti sozinho. Gritava como um louco da janela.

Você tem alguma superstição quando assiste aos jogos?
Brilhantina: Não sei se é superstição, mas quando o Corinthians joga algum ou uma partida importante, eu nem assisto. Não consigo ficar vendo, eu sofro muito, não o que me dá. É mais forte do que eu. No máximo eu ligo um pouco a televisão para ver o placar.
Péricles: Eu fico muito nervoso, seja aonde for. Não é superstição, mas eu prefiro não falar com ninguém durante o jogo. Ou até ficar sozinho, principalmente se estou em um lugar em que não conheço ninguém. Porque eu sou torcedor, e o torcedor é um amante ensandecido, então eu extravaso, não consigo medir palavras, e é melhor fazer isso na companhia de quem me conhece, ou sozinho.

Thiaguinho: Tenho várias. Uma é a do canal, se o Corinthians está jogando mal ou leva um gol, eu troco de emissora. Outra é ficar fazendo figa, faço sempre que o Corinthians está sendo atacado. Lembro que uma vez eu estava assistindo a um jogo entre Corinthians e Palmeiras em Prudente, aí resolvei soltar a Figa, e o Viola, que estava jogando no Palmeiras, marcou um gol de cabeça. Nunca mais deixei de fazer figa.

Você lembra do seu primeiro jogo no estádio?
Brilhantina: Foi um Corinthians x Santos, 2 a 1 para o Timão. Quem fez o gol do Santos foi o Zé Sérgio, e acho que o Rivellino marcou um do Corinthians. Foi em 1979 ou 1980. Meu pai tinha medo de ir ao estádio, então um vizinho viu que eu era corinthiano fanático e me levou pra ver o jogo. Eu já era encantado com a torcida só vendo pela televisão, e na minha primeira vez no estádio já tive a oportunidade de ver um clássico. O Pacaembu estava completamente lotado, eu fiquei encantado.

Péricles: O primeiro que eu lembro com a minha família foi contra o São Paulo. Quando o Dida defendeu dois pênaltis do Raí. Eu estava lá. Fiquei dois dias sem conseguir falar.

Thiaguinho: Acho que foi um Corinthians x Palmeiras em Prudente. O Corinthians perdeu, o Djalminha jogou muito. Mas foi mágico poder ver o time entrando em campo. E ver a torcida gritando foi muito marcante.

Como é a sua relação com os jogadores do elenco atual?
Brilhantina: A rapaziada vai bastante nos nossos shows, principalmente o Dentinho e o Elias. Os caras gostam do nosso trabalho, e a gente é fã deles, aí não tem jeito.

Péricles: A relação de nós do Exalta é muito estreita com vários jogadores, não só do Corinthians. Eles gostam muito do trabalho do Exaltasamba, fazem questão de ir aos shows e divulgar a banda. Temos vários amigos, é até injusto citar, mas o Jorge Henrique é um deles. O próprio Adilson, antes mesmo de virar técnico do Corinthians, ele já falou algumas vezes que o Exaltasamba é uma das bandas que ele gosta. Isso é prazeroso.

Thiaguinho: Ótima. Tenho grandes amigos no time. O Dentinho é um deles, o Elias também, estava com eles ontem, inclusive. O Ronaldo é outro grande amigo. Fiz amizade com outros que já passaram, como o André Santos. Gostamos bastante do Adilson, desde antes de vir para o Corinthians. Eles vão aos shows, a gente joga um futebol às vezes. O Roberto Carlos e o Jorge Henrique também são amigos nossos. A gente gosta bastante do Andrés Sanchez também. Se eu for falar todo mundo, vai demorar. Fica fácil, porque eles gostam do nosso trabalho e a nós gostamos do trabalho deles.

Como é ser corinthiano desde criança e hoje em dia ser amigo de vários jogadores?
Thiaguinho: É muito bom! A gente joga um futebol às vezes, o “Futeba dos Cururu” que eu falo direto no Twitter, o Dentinho e o Elias estão sempre lá. Mas eu não deixo as coisas se misturarem. Quando eu estou no estádio, sou torcedor, xingo se for preciso. Eu costumo falar que o Corinthians eu tenho certeza que não vai me trair, é uma coisa muito séria na minha vida. É um amor que até assusta. O Corinthians é uma das grandes paixões da minha vida.

Vocês acompanham os jogos quando estão na estrada?
Brilhantina: Sim, sempre assistimos juntos. No último jogo (Corinthians x Flamengo) o gol saiu quando a gente estava no hotel, eu gritei muito, todo mundo me ouviu.

Péricles: É difícil, mas a tecnologia permite. Se não podemos ver pela televisão, vemos no telefone, ouvimos no rádio.

Thiaguinho: É difícil. Principalmente no Nordeste, dificilmente passa um jogo do Corinthians. Mas eu acompanho pela internet, compro jornal, assisto aos programas de esportes.

Vocês têm contato com outros músicos corinthianos?
Brilhantina: É o nosso mundo. Nós somos amigos não só do pessoal do pagode, conhecemos músicos de vários estilos, como o rock, o sertanejo e o reggae. Participamos de um programa de televisão com vários corinthianos: DJ Negralha, Xis, Negra Li, Betinho, Beto Lee, o pessoal do CPM 22 e do Inimigos da HP. Foi muito bacana.

Péricles: Temos. Já encontrei o Japinha no estádio. O DJ Negralha, do Rappa, cresceu com a gente, é um grande corinthiano. Esses são os mais próximos.

Thiaguinho: Falamos muito sobre futebol, principalmente o Corinthians, com o pessoal do Jeito Moleque. Às vezes assistimos aos jogos juntos. Encontramos o Japinha no estádio também. Temos vários amigos.

Já chorou pelo Corinthians?
Brilhantina: Já, várias vezes. Quando o Marcos pegou o pênalti do Marcelinho e fomos eliminados da Libertadores, parecia que tinha morrido alguém da minha família.

Péricles: Já, meu Deus do Céu. Choro mesmo, quando o time entra no estádio, quando toca o hino, quando é campeão. Em 1990 eu chorava como criança, nosso primeiro Campeonato Brasileiro, nem o torcedor mais otimista poderia esperar.

Thiaguinho: Muito. Eu fico mal, não falo com ninguém depois de derrotas sérias. Logo depois do rebaixamento, o Exaltasamba tinha um show em Salvador. Foi muito difícil fazer.

Como é o relacionamento com o pessoal da banda que torce para outros times?
Brilhantina: A gente leva muito na boa. Tem o momento de tirar um barato e o momento de aguentar os outros. Quando o time do Pinha ganha, não tem como aguentar, ele fica insuportável. E corinthiano igual ao Thiaguinho eu nunca vi. Quando eu era mais novo, era pior do que ele. Hoje já sou mais tranquilo, mas continuo corinthiano doente.

Péricles: Eu costumo dizer que contra força não há resistência. Como nós somos a maioria, os outros tem que seguir aquilo que a gente manda. Mas cada um torce para o seu time e a gente costuma respeitar da melhor forma possível.

Você costuma ir ao estádio?
Brilhantina: Confesso que vou muito raramente hoje em dia. Eu ia bastante quando era mais novo, mas hoje tenho um pouco de medo da violência. Se dependesse só de mim, eu ia em todo jogo.

Péricles: Não vou muito pela questão do tempo, mas vou ao estádio sempre que posso. E procuro levar meu filho sempre que possível.

Thiaguinho: Vou bastante. Não consigo ir tanto porque na maioria dos finais de semana nós estamos trabalhando, mas estou no estádio sempre que posso. Já fiz algumas loucuras: em época de gravação de DVD eu ia no estádio com cachecol e ficava me controlando para não gritar e ficar sem voz.

Qual a maior alegria que você já teve com o Corinthians?
Péricles: Esse time não me dá tristeza. Ser corinthiano já é a maior alegria que eu poderia ter.

Thiaguinho: O Corinthians já me deu várias alegrias. As maiores eram nos tempos de escola. Quando perdia um clássico eu até faltava, mas quando ganhava, no dia seguinte eu ia pra escola feliz, com a camisa por baixo do uniforme. Era muito bacana.

Depois de falar com o site oficial do Corinthians, Thiaguinho, Péricles e Brilhantina foram recebidos pelos jogadores e conheceram os vestiários do Parque São Jorge. A conversa entre os amigos teve um clima de bastante descontração. No fim, o lateral Roberto Carlos ainda presenteou o vocalista Thiaguinho com um par de chuteiras

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Em setembro tem Bokaloka em Fortaleza de cara nova!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

RESULTADO DA 2° ENQUETE - Qual a melhor casa de samba pra curtir aquele pagodinho de primeira? (FORT-CE)

Parabéns aos empresários das casas de samba que ganharam  e  divulgaram o Blog em seus eventos, a todas as pessoas que votaram, pois foram essas que escolheram e deram como resultado  as vencedoras; "Vila Camealeão", "Terraço Bar e Restô" e "Buonis Amici's Pizza". Essa foi a segunda enquente do Blog Ondas do Samba.


RESULTADO


Espaço Vila Camaleão - O Melhor do samba em Fortaleza!!!



Sexta - Samba e forrózim pé de serra nas a partir das 20 hrs!!!

Sábado - Muito samba raiz aos a partir das 18 hrs!! 0

Domingo - Transmissão do Brasileirão Séries A e C a partir das 15hrs e depois roda de samba aberta a convidados a partir das 18 hrs !!!


Av. Monsenhor Tabosa, 381 Casa 3
Tel.: 85 3219-3539
Fortaleza - Ce


Terraço Bar &Restô -
Aqui! Sua Diversão Garantida a Semana Inteira!





 Av. eduardo Girão, 1265

Bairro de Fátima
Fortaleza/Ce
Brasil

Tel: (85) 3256 2370





email:  comercial@terracobareresto.com.br
 site: www.terracobareresto.com.br

Buoni Amici's "A melhor pizza do Brasil"

Buoni Amici's Pizza e Sport Bar


Rua Dragão do Mar, 80 (Centro Cultural Dragão do Mar)


Informações:
85 3272.6929 /
 85 3219.5454
Fortaleza - CE

site: www.buoniamicis.com.br/

Neguinho da Beija-Flor fala sobre samba para Roberto Carlos

Neguinho da Beija-Flor sonha com o momento em que dará o grito de guerra no ponta pé inicial do desfile da azul e branco de Nilópolis no ano que vem. A expectativa é ter ao seu lado o grande ídolo Roberto Carlos, que será o tema do samba enredo da escola. Na disputa para ser o compositor da música que vai embalar os integrantes na Avenida estão nomes como Erasmo Carlos, Paulo Sérgio Valle e o maestro Eduardo Lages. Neguinho diz que ficará feliz se o trio tiver o samba vencedor, mas frisa que o mais importante é ter o samba campeão.

– Espero que o samba do Erasmo, Paulo Sérgio Valle e Eduardo Lages seja o vencedor, mas, se não for, que a Beija-Flor acerte na escolha. Para mim, ter um bom samba representa 70% na busca pela vitória do carnaval – analisa Neguinho.


LINK:
http://extra.globo.com/lazer/sessaoextra/posts/2010/08/09/neguinho-da-beija-flor-fala-sobre-samba-para-roberto-carlos-314597.asp

Grupo Imaginasamba - Pra quem não sabe o cantor Suel está de volta.

A história do Imaginasamba começou sem nenhuma pretensão, numa batucada de amigos na sala de aula. Até que Wagner, Tico e Léo desistiram de infernizar a vida dos professores e começaram a ensaiar com pandeiro, cavaco e repique, tocando sucessos de seus ídolos, de Jorge Aragão e Almir Guineto a Pique Novo e Swing & Simpatia. Suel, primo de Wagner, trouxe o violão e logo descobriram que o seu dom maior era cantar. Marquinhos, que tocava na banda da escola, completou o grupo. No início, tocaram em muitos churrascos e festas de amigos. A alegria e a qualidade do som dos meninos o assunto logo virou o assunto do bairro e o grupo começou a receber convites para apresentações profissionais. Ao tocarem para cerca de duas mil pessoas em praça pública, na festa mais popular da região, perceberam que chegara o momento de levar a carreira a sério. “O palco era pequeno, chovia muito e levávamos choques o tempo todo”, conta Wagner. “mesmo assim o público vibrou muito conosco e na semana seguinte tínhamos nosso primeiro fã-clube”.



É dessa época o primeiro sucesso: “Liga pra Mim”, de Suel. Além da bela voz e da popularidade com as meninas, Suel é um grande talento entre os compositores da nova geração. Suas músicas foram gravadas por vários artistas como, Grupos Swing & Simpatia, Vavá, Belo, Tenta Samba, Boka Loka, Adriana Ribeiro, Nascente, Disfarce e Rodriguinho (ex - Os Travessos).



A partir daí o show da banda incorporou uma estrutura profissional e o Imaginasamba não saiu mais dos palcos, se apresentando em várias cidades com grande sucesso. Decidiram, então, que era hora de entrar em estúdio. Na Cia dos Técnicos, gravavam Duvido, Chorei Demais e Pára de Pirraça, com o produtor Leandro Sapucahy.



O CD, “Idéias do Amor”, com os sucessos, Duvido, Pára de Pirraça, Idéias do Amor, Chorei Demais, Cidade Neon e Meu Amigo, foram as músicas mais executadas nas rádios do segmento popular.



O 2º CD, “Proposta” de músicas inéditas saiu em meados de setembro 2005, lançado pela EMI MUSIC em todo Brasil, tendo como seus principais sucessos, Proposta, Ainda é Cedo pra Dizer Bye Bye, Contratempo e Meu Coração, novamente com produção de Leandro Sapucahy, no Cia dos Técnicos.



Imaginasamba gravou o “CD Imaginasamba ao vivo 2007”, que além dos seus grandes sucessos em novos arranjos, o CD também contou com 4 músicas inéditas, Quem é esse Cara, Amor Bandido, Indiferença e Fora da linha, também gravado no Cia dos Técnicos, com produção de Leandro Sapucahy.



Em 2008 iniciaram um novo projeto, um CD com 14 músicas inéditas e 2 regravações, Velho Camarada com a participação do cantor Rodriguinho e Céu de Santo Amaro de Caetano Veloso e Flávio Venturini. Arranjado e Produzido por Prateado em seu próprio estúdio. Esse CD conta com 10 músicas do Suel e 6 do Leandrinho, sendo 4 delas em parceria.



Até hoje o Imaginasamba gravou cerca de “35” composições de Suel e Leandrinho.



O Imaginasamba é:

Suel – Voz

Gné – Vocal e Pandeiro

Marquinhos – Vocal e Surdo

Leandrinho – Vocal e Teclados

Japona - Vocal e Percussão Geral



SITE DO GRUPO:

domingo, 8 de agosto de 2010

Claudia Leitte faz parceria com Belo no seu novo CD



Claúdia Leitte de férias nos Estados Unidos, além de curtir muito com a família, aproveitou a viajem para masterizar seu novo disco em um estúdio na Califórnia.
E uma novidade desse novo CD é a participação do cantor Belo, que recebeu seu "perdão judicial" e agora está livre da prisão. A loira lançará seu novo DVD com sete clipes (seu número da sorte), vem sempre diversificando e misturando os ritmos. Agora o axé da baiana vai se misturar com o pagode romântico do cantor Belo, e com certeza todos irão curtir o resultado.

LINK PARA BAIXAR A MÚSICA
- CLAÚDIA LEITTE E BELO "DON JUAN"

                                 

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Martinho da Vila: “A censura trouxe sucesso para alguns artistas”

Valmir Moratelli, iG Rio de Janeiro

Sambista lança documentário sobre sua trajetória, conta como é difícil – e conturbada – a administração de uma escola de samba e fala sobre os anos em que esteve no Exército, em plena ditadura militar

Dizem que não se faz mais sambas como antigamente. Mas numa conversa com Martinho da Vila se pode constatar que o que não se faz são sambistas como antes. Aos 72 anos, sendo mais de 40 de carreira, um dos mais populares compositores e cantores de samba não foge de polêmicas. Sobre o período da ditadura militar, por exemplo, lembra que fez propaganda para o alistamento de jovens. “Me usaram mesmo”, afirma. Agora, virou protagonista do documentário Filosofia de Vida - O Pequeno Burguês, que acaba de ser lançado em DVD pela MZA Music.

Martinho da Vila ganha documentário sobre sua vida e obra: Filosofia de Vida - O Pequeno Burguês

De origem humilde, nasceu pobre, cresceu no morro e tentou a sorte no Exército. Foram 13 anos servindo às Forças Armadas, no período em que o País vivia suas páginas mais dramáticas. “Nenhuma vez tive vergonha de estar lá, nem no período da ditadura. Quando vejo o ser humano fazer uma coisa terrível, fico com vergonha é do ser humano”, diz ao iG. Sobre a censura e perseguição à liberdade de imprensa, o cantor acredita que também houve quem se beneficiou desta fase. “Tem artistas que produzem mais na adversidade. Criou-se, na época, um grupo de artistas de protesto, que só fizeram sucesso naquele período. A censura trouxe sucesso para alguns. Teve quem ficou apenas nas canções de protesto, viveu da censura”, afirma.

Presidente de honra da Vila Isabel, escola que em abril teve o presidente preso, acusado de ligação com a máfia das máquinas de caça-níquel, Martinho fala também de como é difícil gerir uma agremiação do carnaval. “É muito difícil ser presidente. Você lida com polícia, bandido, comunidade, imprensa, artista... É mais light ser secretário de Saúde do Rio do que ser presidente de escola de samba”, compara.

Autor de sambas populares como “Mulheres”, “Devagar, Devagarinho”, Martinho hoje se diz comunista e aposentado da tarefa de fazer sambas-enredo. Pelo menos enquanto os enredos forem patrocinados. “Não dá para compor uma letra sobre o cabelo”, ironiza ele, a respeito do tema que sua escola adotou para o próximo carnaval. Martinho é sambista à moda antiga.

iG: O pesquisador musical Sergio Cabral diz, no documentário, que “se tivesse que reduzir o Brasil que dá certo a um único ser humano, este seria Martinho da Vila”. É muita responsabilidade, não?

Foto: Léo Ramos

Martinho é presidente de honra da escola de samba Vila Isabel


MARTINHO: Eu vou ter que ser bom caráter a vida inteira (risos). Por causa desta frase do Cabral, que é muito meu amigo, não vou nem poder fazer um mau-caratismozinho de leve (risos).



iG: O documentário tem o mesmo nome de uma música sua, “O Pequeno Burguês”. A letra “Morei no subúrbio/ Andei de trem atrasado/ Do trabalho ia pra aula/ Sem jantar e bem cansado” é autobiográfica?
MARTINHO: Morei em favela, fui criado no morro, mas não é sobre mim. Ela foi feita para um amigo do Exército, que não teria nos convidado para sua formatura. Depois, ficamos sabendo que ele não teve dinheiro para bancar a formatura. Ele não tinha nem terno para o baile.

iG: Você serviu por 14 anos ao Exército. É a favor do serviço militar obrigatório?

MARTINHO: Sou, sabe por quê? As Forças Armadas são o único lugar que nivela todo mundo igualmente, por baixo. Quem foi criado no azeite e no mel vai ter que comer a mesma comida, fazer faxina, levar broncas, acordar no mesmo horário que todos os demais. O que sobra de melhor é a disciplina.

iG: Você serviu de 1956 a 1970, pegando o período mais tenso da ditadura militar. Como via a repressão e a perseguição aos artistas?
MARTINHO: Eu servia na Diretoria Geral de Engenharia e Comunicações, no Centro do Rio, onde todo o projeto foi moldado. Em 1964, quando estourou o golpe, fui trabalhar e não me deixaram entrar. Tinha muita Polícia do Exército. Mandaram voltar no dia seguinte. Tinha lista dos subversivos, dos que eram simpáticos ao regime e dos indecisos. Eu estava nesta terceira. Depois de uns quatro dias, mandaram eu voltar a trabalhar normalmente.

iG: Sabia da censura?
MARTINHO: Fui militar de gabinete, minha função era burocrata. Mas eu sabia, ainda que tivesse muito soldado isolado nos quartéis, que não faziam ideia do que acontecia... A grande parte dos artistas que está aqui hoje surgiu naquele período. Tem artistas que produzem mais na adversidade. Criou-se, na época, um grupo de artistas de protesto, que só fizeram sucesso naquele período.
Foto: Léo Ramos

"Tem artistas que produzem mais na adversidade. Criou-se, na época (da ditadura militar), um grupo de artistas de protesto"


iG: Neste sentido, a censura foi boa para alguns grupos de artistas?
MARTINHO: Sim, ela trouxe sucesso para alguns. Mas o artista que permaneceu além daquela fase é porque era talentoso. Alguns, como um compositor de samba-enredo, não sabem fazer outra coisa. Teve quem ficou apenas nas canções de protesto, viveu da censura.

iG: Em algum momento você sentiu vergonha de ser militar?
MARTINHO: Nenhuma vez, nem no período da ditadura. Quando vejo o ser humano fazer uma coisa terrível, fico com vergonha do ser humano. De forma geral, todos deviam servir ao Exército. Não podiam fazer comigo o que fizeram com Caetano e Gil, porque eu era extremante popular. Minha popularidade era mais abrangente. Quando pedi baixa, tive que negociar. Militar é proibido pelo regulamento de ter outra função, ainda mais se esta função é ser artista. Em troca da baixa, eu seria usado como propaganda favorável do regime. Fiz propaganda para o alistamento dos jovens. Me usaram mesmo.

iG: Você é a favor do pagamento de indenizações a ex-presos políticos?
MARTINHO: Você está me fazendo perguntas muito complicadas. Aconteceram excessos mas, para chegar onde estamos hoje, houve a anistia geral. O mais lógico seria te responder que sou favorável, que é a tendência mundial. Mas há casos que são passado, não tem jeito. É o mesmo que pedir para se indenizar todos descendentes de negros, eu inclusive, que sofreram com a escravatura.

iG: Como o comunismo entrou em sua vida?
MARTINHO: Nunca tive ideologias. Por origem, vim de família getulista. Quando entrei para vida artística, fui a Angola, que estava em processo de independência. No Brasil, não se falava em África, ninguém sabia o que estava se passando com os países africanos. Era como se fosse um continente inexistente. Vivenciando a realidade de lá, comecei a me interessar pela doutrina pregada pela antiga União Soviética, que era quem estava apoiando as guerras pela independência.

iG: Você se candidatou há pouco tempo a uma vaga na ABL. Por que decidiu tentar ser “imortal”?
MARTINHO: Sou mais de ação do que de palavras. A Academia é elitista. Tirando Machado de Assis, o fundador, tivemos mais uns dois ou três negros
acadêmicos neste tempo todo. Não era um projeto de vida meu ser acadêmico, não tenho necessidade disso. Minha candidatura foi mais uma atitude para provocar a discussão da inclusão social do negro.

iG: Houve alguma rejeição ao seu nome, pelo fato de não ter recebido nenhum voto?
MARTINHO: Fui incentivado a me candidatar pelos próprios acadêmicos. Quando se está lá dentro é que a gente entende o jogo da eleição. Eles já sabem quem vai ser o próximo a ser eleito, mas precisam que haja candidatos que tragam mídia, que coloquem e depois tirem a candidatura... Geralmente elegem quem perdeu ou tirou a candidatura num momento anterior. Mas não tenho mágoa deles.

iG: As UPP’s (Unidades de Polícia Pacificadora) chegaram recentemente em morros próximos à Vila Isabel, na zona norte. O que pensa sobre isso?
MARTINHO: Hoje sou favorável. Eu morei em favela, era muito contrário a isso. Favelado tem medo de duas coisas: de polícia e de invasão de outras facções criminosas. O que está sendo feito agora deveria já ter sido feito antes. Agora, não está sendo feito como deveria ser. É preciso tomar o morro e levar junto defensoria pública, hospital, escola...

iG: Pensa em voltar a compor para sua escola de samba?
MARTINHO: Digo que não e, quando chega perto do carnaval, já estou envolvido no clima da avenida. Hoje, digo que não vou mais fazer. Mas pode ser que um enredo em algum momento me atraia...

iG: A Vila vai fazer, no próximo carnaval, um desfile sobre o cabelo. Você é a favor desse tipo de enredo?
MARTINHO: Não, não, não. Isso me entristece como sambista. Dá para fazer um desfile só com o dinheiro que vem da prefeitura e dos ensaios de quadra. Com três milhões e pouco, sem patrocínio, se faz um carnaval. Não tem a menor chance de eu compor um samba sobre cabelo (risos). Não tem assunto, né?

iG: O presidente da Vila, Wilson Vieira Alves, foi preso em abril, acusado de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis. As escolas de samba precisam de um "choque de ordem"?
MARTINHO: Não. Conheço profundamente uma escola de samba a ponto de falar que é muito difícil ser presidente, porque você lida com polícia, bandido, comunidade, imprensa, artista... É mais light ser secretário de saúde do Rio do que ser presidente de escola de samba.

iG: Uma escola de samba, hoje, sobrevive sem ligação com bicheiros?
MARTINHO: Completamente. Os bicheiros foram fundamentais num período da história das escolas de samba, antes delas serem subsidiadas pelo governo. Hoje não há necessidade alguma disso. A Liesa (Liga das Escolas de Samba) pode ser presidida por qualquer pessoa com muita liderança e capacidade administrativa.

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